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Promessa de Migrante (Sobre Poder Paralelo)

A gente finge que não sabe,
A gente finge que não vê.
Faz de conta que esqueceu,
Faz que nada aconteceu,
Más, é pra sobreviver.

Se alguém abrir o bico
Vai pro fundo do baú.
Todo mundo fica, eu fico
Com medo dos urubús.

Essa é a lei da selva,
Tem toque de recolher.
Lei seca, lei do silêncio,
O mais forte tem poder.

À tudo me submeto
Em nome de uma promessa.
Promessa que eu não fiz,
Más, isso não interessa.

Eu sou filho de migrante
E aqui criei raiz,
Não conheço outra vida
Noutro canto do País.